A greve de fome segue a todo vapor. O padre José Geraldo continua com uma alimentação bastante simples, o suficiente apenas para a sua sobrevivência. No café da manhã o reverendo tem se servido somente de queijo, goiabada, pães, bolo de fubá, café, leite, chocolate, doces, refrigerantes, melancia, maçãs, uvas, laranjas e sucos naturais.
No almoço, o representante de Cristo na terra come como um passarinho: arroz, lasanha, bife de boi, bife de porco, couve afogada, frango frito, pernil assado, salada de tomate, pepino, alface e beterraba cozida. Ao anoitecer o santo padre se alimenta de uma leve feijoada.
A degradação física do padre é visível, pois a escassez de alimentação provoca danos irreparáveis à saúde.
O padre Zé Geraldo justificou, em entrevista ao “Diário de Itabira”, o motivo da invasão do terreno da família Rosa: “é um terreno há 40 anos abandonado. Já há 40 anos sem cumprir a função social, 40 anos sem pagar impostos. Não é um terreno qualquer, é um terreno que estava abandonado”, disse mansamente o embaixador do paraíso celestial.
Mas o pároco ainda encontrou um mínimo de forças para mandar um recado aos donos de lotes em Itabira. “As famílias (os invasores) ocuparam uma área abandonada e que não tinha função social, assim como existem outras áreas em Itabira que não cumprem sua função social e isto não é justo”, ameaçou piedosamente. Traduzindo a homilia do sacerdote do bairro João XXIII: a invasão de qualquer lote vago, em Itabira, é justa na visão dele e, claro, com as devidas bênçãos do Deus, também exclusivamente dele. Como a cidade está cheia de terrenos sem utilidade aparente, novas invasões estão a caminho.
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