De repente, o céu escureceu. O sol ficou totalmente encoberto. Algumas estrelas até apareceram. As nuvens ficaram vermelhas como sangue. A atmosfera era muito densa. Ninguém conseguia enxergar um palmo na frente do nariz. Um forte vendaval varreu os quatro cantos da cidade. Uma misteriosa poeira se elevou até três mil metros de altura. Itabira literalmente desapareceu do mapa. O pânico tomou conta de homens, mulheres, crianças, gatos e cachorros. Ouviram-se choros e ranger de dentes. Muitas pessoas gritavam desesperadamente. As igrejas Católica, terreiros de macumba e templos evangélicos ficaram lotados.
O alívio só veio com a explicação oficial sobre a causa desse fenômeno radical: a Vale, uma empresa sempre comprometida com o bem-estar da população, teria aproveitado o início de agosto para fazer uma simulação de fim do mundo em Itabira.
Segundo informações, a mineradora estaria preparando os itabiranos para o verdadeiro fim do mundo. De acordo com a tradição Maia, o planeta vai de vez para o espaço no dia 21 de dezembro do ano que vem.
“O povo de Itabira tem que estar preparado para o derradeiro momento da história. Depois desse treinamento, muito perfeito, lhe afirmo, com absoluta certeza, que as pessoas dessa cidade não sentirão nenhum pavor na hora h”, garantiu um dos coordenadores da simulação do apocalipse.
Na avaliação de renomados astrônomos, a grande mineradora promoveu um raro fenômeno físico chamado permutação. Por meio desse mecanismo, Itabira foi à lua e a lua veio para Itabira.
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